20 de novembro de 2014

CRÍTICAS MOSTRA ADULTA - DIA 13 (por Diego Molina)

ESQUETE PARA QUATRO JOGADORES, TRÊS MÁQUINAS DE ESCREVER, DOIS ESPECTADORES E UM RINOSSORO.
Cia. sem mim – Rio de Janeiro/RJ
O início do esquete começa com um clima bastante interessante, visualmente e sonoramente, revelando a composição da cena. Mas o momento é interrompido com a entrada prematura de um dos atores fazendo uma gag. Há que se ter mais tempo nessa introdução, para que o espetador possa embarcar melhor no ambiente tão rico proposto. A única ressalva que faço à composição visual é a bancada vermelha dos jornalistas. Apesar de ser um signo claro do temor da presença comunista, o vermelho, escancarado na frente do palco, chama muito a atenção e quebra com o resto do visual da cena, tão coeso.
A banda, apesar de um elemento poderoso e prazeroso, poderia ser melhor utilizada, para ficar menos acessória. Os atores também precisam estar atentos às interferências para que a voz não perca a projeção, o que acontece em alguns momentos. Isso prejudica, claro, uma melhor compreensão do texto por parte dos espectadores. As máquinas de escrever e o telefone antigo são uma referência ao passado, apesar do texto se passar, ao que tudo indica, nos tempos atuais. Isso pode confundir o espectador, apesar de proporcionar um certo charme à cena.
O elenco, mesmo que dirigido uniformemente, investe num registro um pouco alto demais, indo para um caminho um tanto farsesco. Assim o resultado pode sair o oposto do que se deseja, pois, nesse caso, quanto mais seriedade e menos exageros, mais potência e diálogo com o público pode se obter. Mas percebe-se claramente vigor e disposição nos atores.
A musicalidade, através do diálogo entre a banda e as máquinas de escrever, é bastante interessante é o ponto forte do trabalho, precisando apenas, como já foi falado, explorar melhor as interferências da banda, que executa bem o que foi pedido pela direção.
A maior fragilidade do esquete está no texto. Infelizmente, os personagens foram construídos de uma maneira um tanto linear, assim como o desenvolvimento da ação, conduzindo o esquete a um mesmo registro, sem grandes mudanças nem maiores embates. Percebe-se claramente a boa intenção do texto em sua crítica político-social, mas a falta de carpintaria dramatúrgica acaba deixando a cena um pouco superficial e repetitiva.
Há ainda um excesso de elementos em cena, signos que não são tão bem compreendidos, como por exemplo, a lixeira no proscênio, no centro do palco. O trabalho também está muito disposto para a esquerda e para o centro, sendo a direta da plateia pouco utilizada. Há momentos divertidos, como o mergulho do chefe no pó. Mas a troca de personagens – aparentemente substituídos por eles mesmos – é um pouco confusa. O esquete ainda poderia ter mais tempo de ensaio, para dar um ritmo melhor à cena, tão complexa e com tantos elementos a serem organizados.
Em suma, a cena nos proporciona uma crítica bastante relevante, mas o excesso de elementos não tão bem organizados e a falta de um alicerce mais forte na dramaturgia impedem um melhor resultado do trabalho. Um pouco mais de trabalho e técnica certamente fará com que a cena renda de maneira bem mais satisfatória – e ela merece.
Diego Molina (panodefundo@gmail.com)
Rio de Janeiro, 16 de novembro de 2014 – 7º Festival Niterói em Cena
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SE VIVÊSSEMOS EM UM LUGAR NORMAL
Grupo Milongas – Rio de Janeiro/RJ

O esquete se destaca pelo excelente trabalho do ator-criador Roberto Rodrigues em cena: corpo e voz vigorosamente presentes, e partituras e movimentos que chamam a atenção. Pode-se ver e ouvir tudo com clareza.
A composição da cena é simples: um ator e uma caixa-acústica de madeira. Com ela o intérprete cria ambientes e musicalidades, se utilizando da narração para contar sua história. O esquete é uma adaptação do próprio ator-diretor do texto homônimo de Juan Pablo Villalobos e é de extrema pertinência, na medida em que põe em cena discussões político-sociais bastante interessantes, tendo como pano de fundo a América do Sul/Central.
A ressalva que faço à dramaturgia está um pouco na indecisão em localizar com exatidão onde se passa a cena. Há claras referência à América Hispânica, como também ao Brasil. Não sei é intenção da adaptação não deixar isso evidente, mas creio que definir melhor o local da trama possa ajudar o espectador a embarcar ainda mais no esquete. De qualquer forma, temas pertinentes são tratados, como falta d’água, eleições, racismo, condição social, favela, movimentos populares...
A direção da cena, feita pelo próprio ator, trabalha bem com o tempo, imprimindo o ritmo e a velocidade necessários, sem esquecer de colocar pausas e silêncios onde é preciso, criando um registro complexo do esquete. Há ainda a exploração de onomatopeias como recurso de atuação para contar a história, lembrando bastante o trabalho do ator Julio Adrião em “A descoberta das Américas” – uma clara referência. Uma breve comparação: o texto de “Se vivêssemos em um lugar normal”, apesar de todas as suas qualidades, tem uma estrutura bem mais difícil, em termos de contação de história em cena, do que a peça de Dario Fo. Mesmo porque o primeiro é literatura e o segundo é uma peça de teatro. Isso dá ainda mais credibilidade ao trabalho de Roberto Rodrigues, pois o desafio se torna maior.
O esquete trava ainda um bom diálogo com a plateia, exacerbando a teatralidade do trabalho.
Em suma, trata-se de uma grande cena e de um grande ator. Espero que a pesquisa possa se desenvolver e virar um espetáculo.
Diego Molina (panodefundo@gmail.com)
Rio de Janeiro, 16 de novembro de 2014 – 7º Festival Niterói em Cena
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ELO
Niterói/RJ

O esquete chama logo a atenção para a sua ficha técnica: cinco diretores e somente dois atores em cena. O resultado fica evidente, na medida em que vemos um trabalho bastante fragmentado, cujo o todo se caracteriza pela soma da diversidade.
São várias cenas criadas e vários caminhos apontados. A pluralidade da cena é evidente e bastante significativa. Trata-se de um esquete complexo e com vários pontos-de-vista. Apesar do trabalho começar com um discurso claro, com um casal dizendo algo como “Vamos mostrar como consertamos nosso relacionamento”, a narrativa do texto não é tão clara e se perde ao longo do processo. Em algum momento as cenas apresentadas me parecem soltas demais, sem uma relação mais objetiva entre elas. Isso se deve ao teor performático do esquete, descrito na proposta de encenação como um “teatro-dança contemporâneo”.
Particularmente, acho que a cena poderia ter menos momentos e mais aprofundamento do material selecionado, que é extremamente rico. Entendo que a proposta da cena não parte da premissa realista nem da dramaturgia clássica, mas gostaria, por exemplo, de ter mais informações concretas sobre o casal, já que o prólogo promete uma narrativa mais transparente.
Os atores – apesar do trabalho parecer estar no início de uma pesquisa – são talentosos, dedicados e promissores. Algumas peculiaridades de seus “personagens” são apresentadas de maneira instigante e ambos se utilizam muito da voz e principalmente do corpo para criar células de cenas, partituras – ora com melhor resultado, ora com não tão bom resultado.
O esquete também se utiliza do humor para dar leveza ao trabalho – uma decisão acertada para que a cena não caia na armadilha de se tornar pretenciosa. Há ainda uma tensão sexual proposta no atrito dos atores, que, ao meu ver, poderia ser ainda mais exacerbada através do contato físico. Um ponto bastante positivo é a inversão, em alguns momentos, da energia dos personagens: ele torna mais feminino e ela mais masculina, resultando numa química muito interessante.
Há ainda um excesso de músicas no esquete, que prejudica o ritmo da cena e o avanço do trabalho. Tem-se ainda que se louvar a disponibilidade dos atores, sem pudores e inações que poderiam atrapalhar a performance e a potência da cena.
“Elo” é um trabalho de pesquisa que merece mais tempo e clareza em suas ideias, mas que já aponta para um caminho bastante instigante.
Destaque ainda para a presença e participação calorosa da família na plateia. :)
Diego Molina (panodefundo@gmail.com)
Rio de Janeiro, 16 de novembro de 2014 – 7º Festival Niterói em Cena
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O ANTICRISTO
Voltagem de teatro – Rio de Janeiro/RJ

“O anticristo” é um esquete cuja direção aponta para uma estética com ares cinematográficos: paralelismo das marcações, como se o espectador assistisse tudo numa tela de cinema, muita (e excessiva) trilha sonora incidental, e uma história escabrosa.
O resultado, no entanto, é um pouco confuso. O texto precisa ser melhor desenvolvido afim de esclarecer melhor algumas informações e, principalmente, ter uma melhor progressão dramática. Os acontecimentos parecem surgir de maneira um tanto brusca e há que se ter maior domínio da ação dramática, respeitando a ideia de que para cada ação há uma reação – pois o texto aponta para um caminho de tradição mais realista.
A disposição da cena também poderia ser melhor trabalhada, no sentido de se explorar melhor o palco. O cenário não está muito bem posicionado e não permite que se instaurem as chamadas áreas de ação. Algumas marcas também não são tão bem justificadas. Por exemplo: porque a atriz sai de cena para pegar a arma? Ela não poderia estar em algum lugar no cenário?
A interpretação investe numa busca excessiva pela comicidade. Acredito que um tom mais sério, mais “cara de pau” daria mais resultado. Há também que se trabalhar melhor a projeção de voz, principalmente naquele espaço, cuja acústica é debilitada.
Trata-se de uma cena que busca o apelo popular, mas carece de mais técnica para que isso ocorra. Apesar do texto apresentar um princípio de discussão interessante sobre o poder, falta-lhe uma questão maior a propor além da história, que envereda muito para um caminho melodramático.
Observação: o tapa deve ter doido bastante! Hehehehe
Diego Molina (panodefundo@gmail.com)
Rio de Janeiro, 16 de novembro de 2014 – 7º Festival Niterói em Cena
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AS FREIRAS
Piscou dançou – Rio de Janeiro/RJ

Duas freiras nem um pouco ortodoxas (interpretadas por uma atriz e um ator) resolvem enveredar na carreira dos musicais da Broadway. Essa é a premissa de “As freiras”, que investe em comicidade, na música (cantada ao vivo) e na utilização de um divertido coro para contar sua história.
A dupla de atores tem grande aptidão para o humor e se sai bem na proposta. As referências para o esquete são muitas (diversos musicais e filmes) e os atores dialogam bem com o material, parodiando diversas cenas clássicas. Mas acredito que o público que conheça melhor essas referências se divirta mais, pois o texto, apesar da premissa divertida, é um tanto frágil, e em algum momento percebemos que ele é apenas um pretexto para uma grande brincadeira.
A direção, mesmo bastante inventiva, abusa um pouco das movimentações, imprimindo uma dinâmica excessivamente ágil. A entrada de diversos figurantes é interessante e causa impacto, mas também acaba sobrando em alguns momentos, porque a busca pelo riso fica muito evidente.
O problema, de forma geral, me parece estar no fato do trabalho se caracterizar demais como uma paródia. Tudo acaba ficando um pouco superficial, pois há muita crítica/distanciamento no trabalho. Isso afasta um pouco o espectador da história, pois não há identificação com os personagens e com a trama.
A qualidade, energia e vitalidade dos artistas é inegável, mas talvez uma outra plataforma seja necessária para um melhor rendimento de todos.
Diego Molina (panodefundo@gmail.com)
Rio de Janeiro, 16 de novembro de 2014 – 7º Festival Niterói em Cena
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SOBRE TODAS AS OUTRAS COISAS
Pancadas – Rio de Janeiro/RJ

Outro esquete que chama a atenção pelos recursos cinematográficos, “Sobre todas as outras coisas” apresenta quatro perspectivas diferentes sobre uma mesma cena. Tudo ocorre num quarto de casal, caracterizado por um colchão e uma luminária, que mudam de posição a cada cena.
A direção se utiliza bastante da trilha sonora e da iluminação para construir uma cena com ares de filme hollywoodiano e está em plena sintonia com os propósitos do texto, ambos assinados por Thiago Pimentel.
Trata-se de uma cena bonita visualmente e com um discurso extremamente válido sobre as dificuldades de se manter uma relação dentro de uma sociedade ainda muito preconceituosa. No entanto, para o bem e para o mal, o esquete acaba ficando um tanto ingênuo, na medida em que apresenta, com certa pretensão, um assunto e uma dinâmica já bem esgarçados, tanto no teatro quanto no cinema. O fato do elenco ser ainda muito jovem acentua essa característica, imprimindo um ligeiro, porém simpático, ar de inocência, já que o texto fala de casamento e separação. Mas trata-se de um roteiro (para usar um jargão de cinema) bem construído e com um foco claro, que vai direto ao ponto. A crítica possível de ser feita se encontra na própria estrutura, pois mesmo que esse seja o grande mote da cena, a mudança de perspectiva, onde tudo se encaixa mesmo com personagens diferentes, há que se reconhecer que isso causa uma certa previsibilidade ao trabalho.
O elenco, bastante disponível e dentro da proposta, precisa apenas trabalhar melhor a projeção de voz. E a direção, muito sensível, respeita os tempos que a cena requer.
Talvez fosse interessante trabalhar mais diferenças nas cenas, outras dinâmicas além da mudança do cenário, para que a questão da previsibilidade se amenize – mesmo que se perceba esse esforço por parte da direção. A criação de um prólogo e de um epílogo trabalha nesse sentido. Apesar do início ser dramaturgicamente desnecessário, ele contribui para que o esquete não fique monótono.
 Diego Molina (panodefundo@gmail.com)
Rio de Janeiro, 16 de novembro de 2014 – 7º Festival Niterói em Cena
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SERIAL
Teatro inverso – Rio de Janeiro/RJ

Como grande parte das cenas do festival, “Serial” se apoia na estrutura do teatro narrativo para desenvolver seu trabalho. No entanto, muitos momentos do esquete poderiam ser potencializados se fossem utilizados mais diálogos e mais conflitos, a fim de obter maiores embates e um melhor desenvolvimento da ação. A diminuição dos depoimentos já ajudaria, pois promoveria mais a cena, já que as informações seriam inseridas no diálogo.
A visualidade da cena é interessante: diversas cadeiras metálicas espalhadas pelo palco compõem o cenário. No decorrer da cena, o ator liga as cadeiras amarrando um longo fio de náilon entre elas, o que pode ser interessante esteticamente, mas nem tanto enquanto signo e promoção do jogo de cena. Há ainda uma taça de vidro absolutamente desnecessária colocada em cima de uma das cadeiras, causando um forte incômodo na plateia, que fica na expectativa de que ela possa cair e quebrar a qualquer momento. Também uma segunda taça, que fica na mão da atriz durante boa parte da cena, não contribui muito para o desempenho dela.
A cena tem uma dinâmica de movimento promissora, mas resvala num rito lento. O texto, que precisa ser melhor trabalhado, não apresenta tantas mudanças dramáticas significativas quanto poderia, carecendo principalmente de uma “questão”, de uma discussão de maior relevância, além da história do casal. Percebe-se que o autor-diretor propõe boas imagens e tem boas ideias, mas infelizmente elas ainda não atingem sua plenitude.
Aos atores, apesar da disponibilidade em cena, falta ainda mais visceralidade e profundidade no contato físico, para que o sexual não fique somente na forma. O volume da voz também é baixo, de maneira geral. Há que se ter ainda mais calma em alguns momentos. A conquista, por exemplo, também é rápida demais. Poderia haver mais conflito e tensão nela.
“Serial” é um esquete com muitas ideias e bastante entrega da equipe, mas que precisa de um pouco mais de trabalho e maturação para alcançar seus objetivos.
Diego Molina (panodefundo@gmail.com)
Rio de Janeiro, 16 de novembro de 2014 – 7º Festival Niterói em Cena
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ROMEU, JULIETA E...
Os escultores – Rio de Janeiro/RJ

A ideia de “Romeu, Julieta e...” é contar a história do casal shakespeariano em 15 minutos, com apenas dois atores, mas com alguns “adendos poéticos” à história. Trata-se de uma iniciativa válida, apesar de já bastante explorada, lembrando, de alguma maneira, o recente “RJ Shakespeare”, sob a direção de João Fonseca.
O esquete se utiliza de apenas uma mesa para realizar dinâmicas variadas, mas, mesmo com esse recurso, a cena muitas vezes acaba ficando mais lenta do que deveria, carecendo de agilidade. O ritmo mais arrastado acaba supervalorizando algumas piadas, diminuindo sua eficiência. Percebe-se um esforço no trabalho em dialogar com o público. Mas algumas vezes esse esforço é demasiado, fazendo com que algumas brincadeiras acabem ficando um tanto gratuitas.
Os atores-criadores demonstram segurança no texto, mas têm um desempenho um pouco comedido, necessitando apresentar mais vigor e desenvoltura para compensar as movimentações lentas da cena. Para a caracterização dos personagens os atores recorrem a vários tipos, sendo que alguns são mais divertidos que outros. A referência da coca-cola como veneno é bastante engraçada e funciona bem. Também a mímica precisa de mais refinamento, pois é uma arte essencialmente de virtuose. Quando não bem executada perde o sentido.
Creio que de uma maneira geral, um olhar de fora contribuiria em muito o trabalho, ajudando a conduzir o ritmo da cena e dando feedback no texto e nos personagens. Do jeito que está, “Romeu, Julieta e...” é uma cena divertida, porém um tanto ingênua, na medida de carece de mais recursos técnicos para a elaboração de um trabalho do qual já vimos bastante e com realizações impecáveis.
No entanto, o final, surpreendente, fecha muito bem o esquete e dá, em alguma medida, a sensação de “dever cumprido”.
Diego Molina (panodefundo@gmail.com)
Rio de Janeiro, 16 de novembro de 2014 – 7º Festival Niterói em Cena
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O DOTE OU VENENO COLORIDO
Limiar grupo de teatro – Rio de Janeiro/RJ

A cena, escrita por Jô Bilac e dirigida por Carolina Pismel, antigos parceiros de trabalho, apresenta uma nova versão do texto – já montado em outras ocasiões.
A apresentação da cena chama a atenção e causa impacto na plateia. A direção optou por condensar a movimentação dos atores num espaço bastante limitado, como se fossem peças num tabuleiro de xadrez. Visualmente, a opção é bastante interessante. Por outro lado, acaba dando uma certa previsibilidade à cena, além de não ter uma justificativa forte aparente.
O esquete se desenvolve de maneira um pouco mais lenta até a metade do trabalho, alcançando um ritmo melhor em seguida. A visualidade dos figurinos é muito bem trabalhada e, como o texto, claramente inspirada nas tramadas de Nelson Rodrigues passadas no meio do século XX. O conjunto acaba tendo um resultado com bastante teatralidade.
Entretanto, apesar de divertido, o esquete não apresenta uma “questão” maior, uma discussão relevante, concentrando-se apenas em contar uma história, da qual temos a sensação de que já ouvimos antes. É um dos poucos textos do Jô que, apesar de ter uma carpintaria bem trabalhada, não transmite a força que outras de suas obras possui.
O elenco realiza com segurança as orientações da direção e transmite o texto com energia. Mas as marcas acabam deixando a cena mais estética do que “dramática”, no sentido de que poderiam promover melhor o diálogo e a troca entre os atores.
“O dote ou o veneno colorido” é uma cena muito bem trabalhada tecnicamente, mas que não tem tanta potência pela falta de um sentido mais transcendente.
Diego Molina (panodefundo@gmail.com)

Rio de Janeiro, 16 de novembro de 2014 – 7º Festival Niterói em Cena





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